Aos que perderam a alegria
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3 de setembro de 2024Ronaldo Lidório
O Senhor Jesus nos ensinou que a oração, associada à fé, promove uma resposta do Pai (Mt 21:22). Também nos lembrou que nos embates mais difíceis no Reino de Deus devemos nos preparar com oração e jejum (Mt 17:21).
O Mestre associou a oração à vida diária com Deus, necessidade de todo ser humano (Lc 6:12), e se entristeceu porque os seus discípulos dormiam quando precisavam vigiar (Lc 22:45). Depois da sua morte vemos esses discípulos unânimes na oração (At. 1:14): Pedro e João saíam juntos para orar (At 3:1) e os apóstolos se reservaram ao ensino da Palavra e oração (At 6:4). Paulo diz que orava pelas igrejas plantadas (Ef 6:18) e Pedro exortou a vigiar em oração (1Pe 4:7). A oração permeia a Palavra como um precioso ensino para cada um de nós.
Em Atos 4 lemos que, após Pedro e João serem libertos da prisão, reuniram-se com os demais cristãos e oraram. A Palavra nos mostra que a oração foi unânime, com concordância de todos (v.24). Essa oração começa exaltando a Deus, reconhecendo que Ele está acima de todos (“Tu, soberano Senhor”), é o Criador de todas as coisas (“que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há”) e fala com os homens (“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi”). Essa oração manifesta quem Ele é, o que Ele fez e como Ele fala (v.24-25).
Logo depois disso, há uma rápida transição para a realidade que experimentam e descreve o sofrimento, relembrando que haviam perseguido e crucificado Jesus e que agora se revoltam contra a sua igreja. Pedem, assim, que Deus olhe para as ameaças que sofrem e termina com um pedido sobre o qual chamo a sua atenção (v.26-29).
Lembre-se de que a igreja vivia o início da perseguição com o encarceramento de seus líderes, enfrentaria a morte de Estêvão (At 7:57) e dias terríveis chegariam sobre todos. Era um momento sensível, de incertezas, graves ameaças e muita insegurança.
A oração termina com um pedido a Deus. Poderíamos esperar que o pedido fosse por livramento do sofrimento ou firmeza na fé. Mas surpreendentemente o pedido é outro: “concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra” (v.29).
Devemos orar por livramento em meio ao sofrimento, cura em dias de enfermidade e alegria quando a angústia se aproxima. Sim, devemos fazê-lo com fé e esperança, mas sem nos esquecer de algo essencial: que Deus nos dê coragem para que, em qualquer circunstância ou crise, anunciemos com alegria o Nome acima de todo nome – Jesus Cristo.
Para os que, em meio à dor, não conseguem mais orar, lembrem-se que o Espírito Santo nos ajuda em nossa fraqueza e também intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26). Ele conhece a sua dor e ouve as suas lágrimas.
Em meio à crise os apóstolos se puseram a orar. Devemos fazer o mesmo. Ore com confiança e intrepidez. Ore com gratidão e descanso. Ore com amor e compaixão. E creia que Deus ouve as orações. Ele nos surpreenderá! “Ouve, ó Deus, a minha súplica; atende à minha oração” (Sl 61:1).